sábado, 27 de agosto de 2011

Revivo temores

Alguns de meus amigos já sabem que minha relação com as ventanias, chuvas fortes, trovões e muitos raios não é das melhores. Por algum motivo desde pequenina tremo em dias, e principalmente noites, assim. Pra começar dias chuvosos são pra ficar em casa – mas essa já é outra história que se eu conseguir resgatar do Godofredo conto para vocês. A madrugada deste sábado estava nos padrões que descrevi antes. Recordei, então, de um texto que redigi há uns dez anos. Relendo lembrei exatamente a sensação enquanto escrevia. Uma vontade de correr por socorro, mas a petrificação de temor nas pernas. Foi uma noite em que faltou energia, portanto realmente estava à luz de velas enquanto transportava minha paura para as linhas do caderno. Por hora é isso, até.


Medo

Cá estou, em um quarto quase escuro.

Lá fora? Chuva, raios, trovões...

Meia noite; sozinha; tempestade.

Somente a luz de um candelabro.

O pânico toma meu corpo.

As mãos suam sem parar.

Sinto meu coração bater...

Como se quisesse atravessar o peito.

Meus ouvidos aguçam-se.

Meus olhos, dois radares.

A necessidade de comunicar-me

É imensa, enorme (pequena...).

O sono vem, mas a mente não deixa

Com que os olhos fechem,

Os ouvidos descansem

As mãos parem de tremer

O coração volte ao normal.

A chuva acalma, meu corpo também.

Infeliz momento para mais um estrondoso trovão.

Acordo, repentina.

Sendo que estou dolorida.

Enlouquecendo de cansaço (e temor).

Sobre a cama macia.

Não fosse a chuva a chicotear minha janela!

Novamente ela civiliza.

Meu ser entrega-se.

Adormeço num sono angelical.

E o medo? Morre.

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