terça-feira, 26 de março de 2013

Sonhos ou pesadelos

Não sigo religiões, cultos ou doutrinas. Quando me perguntam se creio em Deus, apenas me atenho a dizer que acredito em uma força maior. É insensatez da humanidade não perceber que em um universo tão grande há algo além da nossa compreensão. Mesmo sem crenças religiosas, já li um pouco de tudo, e em algumas fases da vida pendi mais para um lado ou outro. Entretanto, tenho certas lembranças que podem ser consideradas meras bobagens, ou casos de estudo. Depende de quem as interpreta. Lembro que sonhava com minha avó materna, falecida antes mesmo de eu nascer. A primeira vez que comentei algo sobre a Dona Ondina com minha mãe, a deixei muito chocada. Diz ela que eu sabia coisas de minha vó que não teria como saber sem tê-la visto, convivido. Pois eu as sabia. Próximo de completar 13 anos, tive meu último sonho com ela, e recordo como se fosse ontem as palavras de adeus. Sim, vovó explicou que não poderia mais me ver, mas que sempre estaria por perto, mesmo quando eu não a visse. Bastava senti-la.

Estes casos de ver e falar com pessoas já não presentes, e que amo, algumas vezes foram perturbadoras, mas nada como nesta última madrugada. Neste sonho, ou pesadelo, eu estava no emprego. Não sei exatamente o que fazia, mas achei engraçado que meu local de trabalho era uma grande loja espaçosa, cheia de computadores na Rua Doutor Bozzano. Eu trabalhava em uma tela de monitor touchscreen, enquanto via as pessoas passando pela grande vidraça que dava para a calçada. De repente um estrondo altíssimo ecoou do Calçadão. Corri até a porta para verificar o que acontecia, e não conseguia ver nada, apenas sentia que algo gigante descia a rua no sentido do Centro à Praça Saturnino de Brito. Eu estava em Santa Maria, um pouco diferente, mas definitivamente era minha cidade natal. Por medo, e ao ver muitas pessoas correndo, fiz o mesmo. Disparei para longe do barulho, foi quando meu celular tocou. Um número muito estranho, cheio de zeros e com muito mais de 8 dígitos apareceu na tela de meu aparelho. Ainda correndo e assustada ,atendi.


A voz que falou comigo era reconfortante, calma e familiar. Meu pai. Ele só queria saber se eu estava bem. Continuei a correr, mas recordo que já me sentia mais segura. No momento em que perguntei como ele estava, a resposta foi negativa, e a conversa transcorreu assim:
- O pai não está bem não.
- Ora, por que pai?
- Aqui não é como eu imaginava. Continuo pensando em tudo que fiz. A culpa é muito grande.
- Aaah, pai! Essas coisas levam tempo.
- Será filha?
- É sim pai. Tudo vai melhorar.
- Você continua correndo? Não para hein.
- Continuo sim pai. Não vou parar até ter certeza que posso.
- Isso filha, faz isso mesmo.
- Tá pai, fica difícil correr e conversar. Eu estava assustada, mas depois que falei contigo fiquei melhor. Só me preocupei com você agora.
- Deixa filha. Acredito que tudo vai ficar bem mesmo, é só "caraminhola" do pai.
- Então tá, vou desligar pai. Obrigada por ligar. Te amo.
- Também te amo "fifa". - apelido que ele me deu ainda bebê.
Desliguei o telefone e continuei correndo. Ao perceber que acabara de falar com meu falecido pai, assim como uma conversar casual, tentei resgatá-lo no celular. Não, não podia ser assim, não podia ser só isso. Era a oportunidade de estar com ele de novo. Mesmo que só com sua voz. Num baque acordei, toda encolhida na cama e tremendo, muito. Sem saber se chorava, gritava ou voltava a dormir fiquei ali, deitada em posição fetal. Até pensei em rezar. Mas para quem? Para qual deus?

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Dia em família

O que fazer quando bate saudade do tempo em que domingo era dia de ir pra casa da vó Lorena?
De esperar o churrasco ficar pronto, enquanto a família achava um tópico polêmico pra discutir a plenos pulmões?
E a criançada corria, pulava, agitava ou brigava pra saber quem seria o player 1 no Super Nintendo?
Ou de ouvir o vô Weber contar alguma história dos tempos de viação férrea?

Aaaah! Nostalgia, o que fazer agora?