segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Cara, que mancada!

Se meus professores de faculdade lerem esse texto vão me matar, mas é preciso começar a ideia com um clichê. Conhece a frase Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje? Pois é, me arrependi amargamente de não ter transportado meus arquivos do computador velho para o novo antes. Hoje quando tentei ligar meu querido Godofredo ele não quis trabalhar – sim! Meu pc de mesa tem nome, o note que anda em crise existencial por que ainda não batizei – Fiquei cinco meses enrolando para copiar as fotos, músicas, trabalhos e outras coisas do computador. Justo agora que decidi apresentar a vocês meus textos eles estão trancados numa máquina que não quer funcionar, se não perdidos para sempre.

Foi quando pensei: que mancada! Não ter cópias impressas ou manuscritas das minhas crônicas. Podiam não ser muitas e talvez nem tão interessantes, mas eram minhas, meus trabalhos. As fotos que há muito fiquei de separar para mandar imprimir – mãe, por favor. Fotos digitais nós pedimos para imprimir, e não revelar, tá? – agora são só lembranças de festas, passeios e celebrações. Depois deste tropeço fenomenal, comecei a pensar em tudo que se foi. Não sei ao certo como, mas enquanto puxava na memória pelas imagens e textos no computador, me lembrei de tantos outros foras que já dei na vida. Gargalhei sozinha, por que são muitos.


Como quando vi um amigo na rua, junto a uma senhora muito simpática, e decidi me aproximar para dar oi. Me apresentei a ela que me olhava sorridente. Dei abraço, três beijinhos “Pra casar!” como ela disse. Sem titubiar olhei para o menino e perguntei “É tua vó?”. A alegria da senhora desapareceu, imagino que o sangue de meu rosto tenha esvaído. Me senti gelada. Num súbito minhas bochechas pegaram fogo e fui tomada por um calor tremendo de vergonha. Percebi o furo gigante que cometera. Meu amigo, sem graça por mim, respondeu que aquela era sua mãe. Por que, em nome do que é sagrado, resolvi perguntar aquilo? Pelo menos isso foi há tantos anos que ela agora brinca com o assunto me dizendo “Joyce, vem cá dar uma abraço na vó!”. De fato, hoje ela é vovó de uma das crianças mais lindas e sorridentes que conheço.

Outro, e provavelmente o mais hilário de todos que já cometi, foi no centro de minha cidade natal. Quando tinha uns 15 ou 16 anos. Passeava num fim de tarde do verão escaldante de Santa Maria com minha mãe. Saimos da Praça Saldanha Marinho e adentramos o Calçadão em direção a rua Dr. Bozzano. Para quem conhece o local sabe como o sol fica por ali entre 17h30 e 18h nesta estação. No sentido em que eu caminhava fui cegada pela luz solar. Quando em minha direção vem uma silhueta masculina de braços abertos, muito feliz. “Liiiiiinda! Quanto tempo.” Eu que enxergava apenas o amarelão do sol, não pensei duas vezes, abracei o rapaz – que retribuiu, só para registro. Ao soltá-lo, me abaixei um pouco, de maneira que ficasse à sombra do moço e pudesse ver seu rosto. A expressão dele era de susto e constrangimento. Fiquei fitando-o na tentativa de reconhecê-lo. De repente notei que ao meu lado estava uma menina loira de olhos arregalados. Apenas exclamei um “Ah!”, dei tchau, e caminhei em direção a minha mãe que ria muito, mas muito de mim.

Me irritei hoje com o Godofredo, e a possível perda de meus arquivos, mas me diverti muito relembrando os micos que vivi até aqui. Certo que terão muitos outros – já que não consigo evitá-los. O próximo passo é chamar o técnico para avaliar o tamanho do estrago ao pc, torcer que meus textos sejam salvos (para que vocês possam lê-los), ou então fundir a cachola escrevendo mais. Por enquanto torço para que tenham gostado dos dois casos que lhes apresentei. Preparem-se! Muitas comicidades estão por vir.

Um comentário:

  1. Calma, não se desespere. Tem maneiras de recuperar os teus arquivos. Caso o Godofredo tenha ido dessa para a melhor (ou pior, sabe-se lá o carma dele rs) uma possibilidade é retirar o HD e acessar num outro computador. Se a pane for no HD, o que seria a pior das hipóteses, mesmo assim é possível recuperar os dados, mas aí vai ter de procurar um técnico específico para isso. Hoje em dia não deve custar mais o olho da cara não.. hehe
    Sorte guria!

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